A procura em "Confissões"
Março 02, 2024
É inspirador ver como Santo Agostinho em "Confissões" se questiona, de como as suas dúvidas continuam a ressoar e a desafiar leitores ainda hoje. A memória da sua história de conversão é fascinante na partilha das lutas e dúvidas até ter encontrado a fé. Tocou-me particularmente a questão do seu pai, o sofrimento abnegado da sua mãe, o seu sofrimento por ela e como ambos acabam por perdoar aquele homem. "Confissões" é uma jornada interior e proporciona uma visão íntima do processo de transformação espiritual, coloca questões universais sobre o significado da vida e existência de Deus e do Homem. Os questionamentos de Agostinho sobre o Tempo são além de interessantes também eles, até ver, humanamente atemporais.
"No one wants to sleep for ever, for everyone rightly agrees that is better to be awake."
O Tempo enquanto dimensão da nossa existência e a sua tentativa de compreensão dessa natureza é complexa e filosoficamente desafiante. Deixa-nos uma série de perguntas a serem pensadas, algo para mim mais importante a deixar respostas prontas. Nas suas reflexões sobre o Tempo somos convidados a contemplar nossa própria relação com este e o seu peso na nossa compreensão do ser e realidade. Era para ser lido em 2021, projeto falhado. Este post é um pequeno lembrete, tenta chegar à superfície desta última leitura de Fevereiro, terminada com um leve sorriso no conforto de quem procura.