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E fez da vida ao fim…

breve intervalo

E fez da vida ao fim…

A Haruki nasceu no dia 15 de setembro de 2023 em Ul e fomos buscá-la no dia 28 de outubro. Entretanto já um mês passou. É uma gata de pessoas e sem medos, muito querida quando quer. Não tinha registado nada sobre a Haruki, fica também aqui uma das suas primeiras fotos. Foi adoptada de aleatória forma no meio dos seus irmãos. Havia mais duas gatinhas siamesas e um único gatinho igual a elas mas completamente negro. A Haruki foi a escolhida: a menina pequenina, sua dona até ali, tinha outros na mão e, a não se sentir roubada, veio a Haruki dos braços da mãe da menina com o acréscimo informativo de ser uma comilona. Espero um destino aos seus irmãos pelo menos tão bom quanto está a ser o dela, acho-a uma gata sortuda e feliz.

Arquivo 01-12-23, 16 47 18.jpeg

Há pouco vi este vídeo novo, "The Internet is Worse Than Ever - Now What?",  do canal Kurzgesagt - In a Nutshell no Youtube. Pensei logo ontem ter feito bem em criar uma nova conta de Instagram mas associada ao blog. Não há contradição, sigo nos meus termos e antes não sei bem os de quem seguiria, um outro eu talvez. Olhem para mim, e ainda não sigo ninguém. Quem quiser seguir é só ir pela ligação aqui no blog ou pelo user name @andmadelifeattheend. Tenho o blog há uns meses, ainda está nos seus ensaios, diz um dia surgir com vigor, espera-se. Continua comigo um cansaço gigante e não o entendo muito bem, diz em breve passar, espera-se. A última frase do vídeo devolveu-me algum sentido de justiça ao post anterior. Não prometo nada a não ser fugir da maluquice com que era brindado diariamente.

"We might be better off being a tiny bit separated."

Mais uma vez desisto das redes sociais, ou melhor desta vez a única sobrevivente. O Instagram foi desactivado para a eventualidade de querer voltar, para de novo me arrepender. Vivo cansado das pessoas, da generalidade das suas psicoses. Se me escapo a notícias para não sofrer de um excesso de informação, para mim de atitude desumana,  eis nas redes a inevitabilidade de militâncias várias. Já não se pode existir sem mostrar tudo, criticar tudo, opinar tudo. Abrimos a boca desde o umbigo até ter o outro lábio na nuca e ao engolir o mundo gritamos sem parar "olhem para mim". De que vale tudo isto, isso? Enquanto me acho sem tempo, cansado, tão cansado me encontro nesta semana, no lume uma massa a fazer, uma jardineira de carne, e às vezes só uma vontade de voltar ao princípio para dizer em verdade: acabou a brincadeira tudo testámos, agora é a sério vamos fazer diferente. O mundo não se sabe, eles não param e não é brincadeira. Olhem para mim.

Quantas vezes a vontade de criar, articular pensamentos, emoções, ordenar vários pedaços de caos diário numa forma maior. Um luxo particular no tempo a dedicar a isso, um luxo doente de difícil compreensão, um luxo feliz nessa mesma necessidade de querer sucumbir. O medo de ainda não estar pronto um travão ético, porque há atitudes levianas. Temos uma leviandade latente e não nos questionamos sobre ela. Levianos a escrever, a partilhar, a viver. Queria um breve intervalo público, um sítio só meu e só, onde sem me esconder não avisto, não avisto e eu feliz numa fervura de quotidiano onde fermento de inutilidade, onde o espaço só basta-se e assim, borbulhante, feliz. Por vezes poemas de ímpeto agarram-se ao papel, outras vezes imaterializam-se, e acredito nessa minha perda a resposta aos enigmas do universo.

 

Sobre

21aafb00b84d1f9249b0b9a10481d2f3.pngO blog enquanto página pessoal tem como objectivo trazer um registo da vida que se insurge à correria do dia a dia, intervalos no intervalo. O "breve intervalo" surge como pausa, reflexão e memória do não empregue nos meus cadernos. Ao fim, essa outra vida trivial: a das opiniões, dos passeios, do não se querer esquecer e manter em permanente rascunho.

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