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breve intervalo

E fez da vida ao fim…

Persuasão: Jane Austen Revisitada

Março 08, 2024

Até hoje li três romances de Jane Austen e embora considere "Mansfield Park" o mais bem estruturado, "Persuasão" conquistou um lugar especial por alguns motivos a destacar. Há 9 anos percebi que o havia lido de forma leviana, sem lhe dar o devido valor, e confirmei-o na sua releitura.

Os romances de Jane Austen são conhecidos pela sua ironia aplicada aos temas sociais. No entanto em "Persuasão" achei esta característica mais subtil e arguta do que a mais óbvia, diria fácil, de "Orgulho e Preconceito". Em comparação com Elizabeth Bennet em "Orgulho e Preconceito", a Anne Elliot de "Persuasão" é uma protagonista mais madura e introspectiva. Além de reflectir sobre suas escolhas passadas mostra um crescimento pessoal significativo ao longo do romance. Fanny Price em "Mansfield Park" dá-nos um belo reconto da Cinderela, possui um arco mais semelhante ao de Anne, mas sendo mais nova diria-a ficar ainda aquém da vida. Anne Elliot de alguma forma transpõe uma barreira e coloca-se numa posição onde a felicidade não é um lugar confortável ou feliz.

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“I hate to hear you talk about all women as if they were fine ladies instead of rational creatures. None of us want to be in calm waters all our lives.”

Em "Orgulho e Preconceito" e "Mansfield Park" notei uma diversidade de personagens secundárias a desempenharem papéis significativos na trama. Por sua vez "Persuasão" tende a fixar-se na jornada e desenvolvimento das personagens principais. As personagens secundárias servem para complementar a narrativa, adicionam à contenção do romance até ao seu desenlace final.

Na leitura de "Mansfield Park" vi um romance mais direccionado para a ruralidade. A acção centra-se numa propriedade rural inglesa. "Persuasão" é um livro de visões mais amplas, de exterior. Destaca-se pelas cenas costeiras e atmosfera marítima. A ambientação à beira-mar contribui para o tom melancólico e romântico do livro e, à semelhança de "Mansfield Park", já traz algo da posterior Virgínia Woolf com ele, características de Austen que não identifico com facilidade em "Orgulho e Preconceito".

"Orgulho e Preconceito" atenta nas primeiras impressões, na superação de preconceitos iniciais. Assuntos por ventura mais apelativos para quem ainda vive fases mais precoces da vida, onde essas mesmas situações são as mais determinantes da vivência. "Persuasão" destaca-se pela análise da segunda oportunidade, é um livro de espera. O romance explora como Anne Elliot e o Capitão Wentworth se reencontram e têm a oportunidade de reavivar um romance deixado de lado no passado por interferências, a persuasão e o ser persuadido que interrompem um vínculo natural para aqueles seres.

A maneira como Jane Austen descreve as emoções das personagens, as complexidades dos seus relacionamentos ressoa comigo enquanto leitor. Muitas vezes evoca uma sensação de nostalgia ou reflexão sobre as minhas próprias experiências, que, não sendo semelhantes, entendem-se em espaços comuns. "Persuasão" é um livro de uma maturidade que me exigia mais vida há 9 anos. Tem essa capacidade rara de evocar sentimentos indefiníveis, como uma espécie de melancolia feliz ou uma agridoce agonia. É um livro onde pela mestria da escrita as peças não existem, elas já se misturaram completamente e o romance propõe-se à vida como ela é.

Quero ler os livros de Jane Austen que ainda não li e constatar no todo a versatilidade desta mulher. Em três livros lidos, todos eles são distintos e propostas literárias interessantes. Curiosamente para mim, o favorito será o "Mansfield Park" a par com "Persuasão", não consigo ainda definir e, por fim, o aclamado "Orgulho e Preconceito", favorito para a maioria talvez pela tangibilidade na ironia e comédia, concreto em ter uma história. "Persuasão" é um livro de tremura em minúsculas fímbrias, dir-se-ia um livro de final feliz, mas isso é redutor, já falei disso no post O paradoxo da escrita simples, tão redutor como dizer: "Jane Austen limitou-se a escrever romances de água com açúcar."

Leituras: Fevereiro 2024

Março 04, 2024

Resumo mensal de leituras, algo a fazer aqui mais vezes a partir de agora, espero eu. Em Fevereiro acabei por ler mais do que contava. Decidi este ano voltar a definir listas de leitura mensais, parte delas ainda lidas em Janeiro, com o objetivo de incluir 'Estilhaços' do Bret Easton Ellis ainda no mês. Com jeito e regularidade nas leituras consegui acabar o Ellis e ainda adiantar uma leitura de Março e terminar o "Confissões" de Santo Agostinho.

"A Confissão de Lúcio" de Mário de Sá-Carneiro foi uma das doze releituras definidas para 2024 e correu muito bem. Continuo a achar uma novela notável, das melhores escritas na nossa língua, labiríntica reflexiva, com caminhos e sugestões sem nunca se comprometer com uma verdade. Lembra-me de alguma forma Fitzgerald, um favorito a ler mais vezes. 

Depois li "Butcher's Crossing" por sugestão do Hugo. Gostei de "Stoner" mas recusei-me à maluquice e reconhecimento dados a este romance do John Williams, devo dizer de "Butcher's Crossing" um livro mais complexo, a ir beber a "Moby Dick" e a um "Walden", gostei bastante, apesar de ainda achar que John Williams não é um escritor a ficar na minha lista de favoritos. Acabei por ficar surpreendido ao ponto de querer ler "Augustus".

Não sabia da adaptação de 'O Problema dos Três Corpos' na Netflix, esta leitura veio muito a calhar. Como quero fazer do blog um lugar de memória e central, vou transcrever a minha opinião resumida deixada num story:  Achei o livro muito bom, com alguns pontos não verosímeis ou preguiçosos. No livro entramos em contacto com extraterrestres mais desenvolvidos, torna-se assim estranho sermos nós a chegar lá primeiro e não o contrário,  sendo mais fácil acontecer como se processa na narrativa, apesar disto gostei muito da ideia de um aviso amigável que acontece. Pelo final o Liu Cixin encontra um artifício muito simples para explicar ao leitor todos os detalhes necessários, detalhes estes envolvidos em pouco ou nenhum enredo e pareceu-me preguiçoso. A alteração do discurso narrativo é muito boa, um texto mais frio e seco, sem os lirismos de outras partes que tanto apreciei. Preciso agora do "A Floresta Sombria", gostei também de este primeiro livro já estar escrito com pelo menos a ideia do segundo em vista. Agora espero pela adaptação.

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Finalmente tendo estes lidos, fui para o "Estilhaços" do Bret Easton Ellis. Não acho-o o melhor dos escritores contemporâneos, ou literariamente elevado, mas junto este livro a "Psicopata Americano" ao dizer que Ellis é literariamente relevante por quão icónico consegue ser. Este livro em particular, achei-o bom, lembrou-me de alguma forma "Lolita" do Nabokov, em como trabalhar determinado recurso. Nas suas mais de 600 páginas nunca me aborreceu, mesmo sendo provavelmente para muitos aborrecido. Bret é um jovem a terminar o secundário que anseia ser escritor, vive os seus dias de adolescência com os amigos, a sua namorada e os rapazes com que vai tendo casos frugais. Um desses rapazes torna-se pedra de toque do romance, e uma camada, talvez para mim a mais interessante de todo o romance, a camada psicológica que acrescenta e à qual o Bret resistiu a explicar-se. Por último consegui continuar a leitura do "Confissões", já fiz aqui um breve lembrete sobre o livro, não me alongo. Fiquei feliz por terminar uma leitura que adorei e estava de alguma forma a negligenciar.

Para terminar o post, das estatísticas de Fevereiro posso dizer que sem a batota dos livros adiantados em Janeiro, não foram assim tão boas. Li dois livros completos (Liu Cixin e Bret Easton Ellis) e 1279 páginas, enquanto em Janeiro já havia lido 8 livros e 1732 páginas. Vamos lá ver como corre Março! 

 

 

A procura em "Confissões"

Março 02, 2024

É inspirador ver como Santo Agostinho em "Confissões" se questiona, de como as suas dúvidas continuam a ressoar e a desafiar leitores ainda hoje. A memória da sua história de conversão é fascinante na partilha das lutas e dúvidas até ter encontrado a fé. Tocou-me particularmente a questão do seu pai, o sofrimento abnegado da sua mãe, o seu sofrimento por ela e como ambos acabam por perdoar aquele homem. "Confissões" é uma jornada interior e proporciona uma visão íntima do processo de transformação espiritual, coloca questões universais sobre o significado da vida e existência de Deus e do Homem. Os questionamentos de Agostinho sobre o Tempo são além de interessantes também eles, até ver, humanamente atemporais. 

"Confessions" Saint Agustine, Penguin Books

"No one wants to sleep for ever, for everyone rightly agrees that is better to be awake."

O Tempo enquanto dimensão da nossa existência e a sua tentativa de compreensão dessa natureza é complexa e filosoficamente desafiante. Deixa-nos uma série de perguntas a serem pensadas, algo para mim mais importante a deixar respostas prontas. Nas suas reflexões sobre o Tempo somos convidados a contemplar nossa própria relação com este e o seu peso na nossa compreensão do ser e realidade. Era para ser lido em 2021, projeto falhado. Este post é um pequeno lembrete, tenta chegar à superfície desta última leitura de Fevereiro, terminada com um leve sorriso no conforto de quem procura.

Sol: Horror Impressionista

Março 01, 2024

Fiz este meu vídeo sobre a minha leitura de "Sol" de D. H. Lawrence há mais de dois anos, publiquei-o a 19 de Dezembro de 2021. Quis explorar este conto impressionista com uma ponte à obra de Claude Monet em particular a sua pintura "Impressão, nascer do sol", a qual gosto particularmente. Tentei destacar a importância de Monet como um marco no impressionismo, a técnica, a sua abordagem inovadora no uso de cores e luz, como desafiou convenções. O ensaio do vídeo surgiu-me como interseção entre as duas formas de expressão, a sua partilha além do movimento artístico, um entendimento possível e não convencional do horror, de uma cor.  Interessados na essência da alma humana podemos continuar a aprender com eles. Morte e transcendência pela luz e pela cor? Azul

Rumo a um Sul: Sol Radiante e Umbigo do Mundo

Fevereiro 24, 2024

Acabei por não falar de uma das semanas de férias feitas no ano passado. Na verdade acabei por também não falar das do ano anterior, a ver se aos poucos lá chego. Decidimos em Maio de 2023 rumar ao Alentejo, o percurso foi longo e durante aquela semana não parámos. Agora numa angústia de ser, saudade de existir quero escrever essa semana, decidi começar esta série de posts. Não sei quanto vou falar dessa semana, quanto haverá a ser dito, mas este sentimento merece um registo para mais tarde não se ver apenas esquecido, isolado em mim.

Acordámos relativamente cedo e o primeiro destino traçado era Tomar. Chegados à cidade do Convento de Cristo, visitado de seguida, fomos antes tomar um pequeno almoço banal num café igualmente comum, onde a espera foi longa e a paciência não abundava. O dia era de sol na segunda semana de Maio, tivemos sorte para a aventura, o calor para o sul ainda era suportável e não sofremos com os rigores do inverno. Despachados do pequeno almoço rumámos ao convento, um gigante à distância, desproporcional no contexto da cidade. Ao chegar lembro as papoilas na terra, do aqueduto imponente e da entrada cheia de crianças a serem crianças, fugimos do caos, subimos e entramos no Convento de Cristo. 

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Durante a visita ficava o deslumbramento nas contradições do espaço. Da igreja não sei palavras para descrever, cada vez mais percebo o fascínio pela arte sacra. Lembro-me do José Saramago no seu "Viagem a Portugal", um dos seus melhores livros e desta sua predilecção. José assume no livro as suas paixões pelo convento desde portas a claustros, da charola na igreja dila ser "sol radiante e umbigo do mundo", mas da arquitectura, na sua subjectividade, lamenta um convento frio, seco, e direi eu por esse mesmo motivo ele me parecer quente. Conta ainda a história do guia dizendo-lhe todos quererem casar aqui, das pessoas arrancarem crostas de parede provavelmente para recordação e nisto Saramago determina "É proibir os casamentos." Proíbam-se. Também não sei palavras para a imponência das misturas arquitectónicas dentro do mesmo complexo em braço de ferro com a humilde pequenez dos dormitórios espalhados pelo interminável corredor. Ainda me lembro de ver a sala de aquecimento dos mesmos, onde manteriam o fogo aceso para direccionar quentura, e essas vidas distantes pareceram-me então mais próximas e semelhantes.

As fotografias excluem, diminuem a ida a um edifício que rasgou séculos, um exercício de contemplação e audição de tempo, vida, a minha tentativa de decifrar esses sentires impregnados nas pedras. Terminada a visita, mente em espanto, manhã avançada, carro de novo e caminho a Redondo onde íamos almoçar e ficar. Antes parámos para esticar as pernas em Galveias, ver num piscar de olhos a terra do escritor José Luís Peixoto. A preguiça já me fala, lembro as papoilas na terra, vou parar para esticar as pernas e disto falo num próximo post.

Um Silêncio Só Teu

Dezembro 03, 2023

No ensaio "O Silêncio dos Livros" George Steiner começa por considerar o limitado período de tempo ao qual temos acesso a ler, e facilmente percebemos estar mais distanciado o épico de Gilgamesh da Bíblia do que esta de Ulysses. A nossa compreensão literária não abarca todo o espectro da existência humana e é nesse contexto que Steiner nos conduz à relação entre Mestres e discípulos: presenças reais, onde realça todo o escrito ter uma ordem contratual pois implica entre autor e leitor uma promessa de sentido. A oralidade surgiu enquanto verdade, uma honestidade necessária à autocorrecção, democracia enquanto partilha comum. O surgimento do texto escrito invalidou tudo isto. A oralidade implica uma reactualização da memória, já o livro (ou até os computadores actuais) convida à amnésia. Os evangelhos surgiram por esta urgência da não existência de um tempo para o cultivo e apuramento da memória oral. A questão da memória é exemplificada no único momento em que Jesus é relatado a escrever. Ele escreveu na areia e logo apagou o escrito sem sabermos o que disse.  A Idade de Ouro do Livro diz-nos da actual perda do silêncio enquanto luxo, fomos invadidos por álbuns de música e novas tecnologias: Hegel e Kierkegaard foram os primeiros a notar a aceleração temporal vivida. Steiner neste capítulo defende o tempo livre para leitura séria ser quase exclusivo de académicos e investigadores. No geral matamos tempo em vez de nos sentirmos à vontade dentro dos seus limites.

No terceiro capítulo, As duas correntes contestatárias, lemos sobre a primeira contestação ao livro. Steiner chama-a de “bucolismo radical” e, neste contexto, a leitura é relegada a um papel secundário. Primeiro devemos dar-nos à vida, viver e correr riscos. Neste enquadramento, ler é um acto de renúncia à vida por recusa dos riscos e relação primária e primeira com o mundo. A segunda contestação ao livro surge em função da primeira: para o homem comum roupa e comida serão mais importantes às grandes obras literárias. Chegamos assim ao meu querido Tolstoi e à sua fase final de vida. Tendo noção de ser o melhor dos escritores relegou toda a sua obra. Uma versão simplificada dos evangelhos, num essencial de Cristo, diz ser toda a literatura necessária. Tolstoi sabia da ausência da escrita nos ensinamentos de Jesus e tinha-o como uma bênção. Porém o questionamento de Keats subsiste: como alguém ousa escrever tragédia depois de Hamlet e Rei Lear? Uma solução é a de Ezra Pound pela rejeição do peso asfixiante do passado.

Os livros são também objectos frágeis, tantos foram submetidos ao fogo e ainda hoje grandes obras estão em perigo. Entre os exemplos termina com o ardido "Aretino" de Georg Büchner e eu lembrei-me agora do incompleto "Almas Mortas" do Nicolai Gógol. Em Novas Ameaças continua a falar de um outro silêncio, o silenciamento de livros nas democracias actuais. Analisa o perigo da literatura subversiva em contextos específicos, defendendo, no entanto, a liberdade. A chegada dos meios electrónicos levou curiosamente a um aumento dos livros impressos em formato físico, mas este aumento é um dos maiores inimigos dos próprios livros ao perderem-se no número e não conseguirem uma aprovação social e crítica imediata. As gerações da televisão e da internet parecem cada vez mais incapazes de desfrutar da leitura em silêncio. Esta é uma mudança rápida a acontecer, uma transição ainda a perceber e que pode terminar com a dita leitura clássica, o silêncio, o saber-se de cor(ação).

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O escândalo do livro reside no facto da erudição e cultura não nos salvarem da barbárie. A Europa do século 20 testemunhou-o na Alemanha, onde o nível cultural elevado não impediu a ideia de o único erro possível era ser-se judeu. Grandes pensadores foram apanhados em teias de pensamentos dúbios: Sartre no seu apoio comunista, atestando todo o anti-comunismo como uma inferioridade e ignorando as selvajarias cometidas pelo comunismo. Se nos sensibilizamos com Proust e se a Bovary vai viver para sempre, enquanto leitores vamos ficando sintonizados para uma sensibilidade sobre a ficção. As desgraças entregues pelos media chegam-nos e preocupam-nos. Com tudo isto tendemos a ignorar a realidade primária, o grito ouvido pela janela. Isto lembra-me o conto "O Silêncio" de Sophia de Mello Breynner Andreson no qual precisamente o primeiro grito ouvido por Joana lhe rompe a realidade e actua como ferida. Joana ao não ignorar o grito volta a si já estrangeira de si mesma. Na prática das humanidades, a leitura e estudo de livros podem paradoxalmente desumanizar. Sendo professor, Steiner não possui resposta para este problema.

Para finalizar, o livro tenta um contraponto, "Esse Vício Ainda Impune", elaborado por Michel Crépu. Este ensaio é extremamente interessante no estabelecimento de uma verdade entre a gravidade e leveza dos questionamentos destas duas visões. Será que podem os dois estar correctos? Talvez estejam. Se inicialmente podemos estar de acordo com Steiner, pelo final, Crépu pode ajudar-nos a moderar os seus próprios ideais através das ideias mais pesadas de Steiner, um caminho de pensamento infinito. Neste confronto, parece haver promessas de sentido não realizadas. Ou, melhor ainda, quantas interpretações podemos extrair de uma pergunta? Quanto a mim, em relação à questão mais simples e envolvente, antes, durante e depois desta leitura de agosto, expresso minha gratidão pelo silêncio nos e com os livros.

Haruki

Dezembro 02, 2023

A Haruki nasceu no dia 15 de setembro de 2023 em Ul e fomos buscá-la no dia 28 de outubro. Entretanto já um mês passou. É uma gata de pessoas e sem medos, muito querida quando quer. Não tinha registado nada sobre a Haruki, fica também aqui uma das suas primeiras fotos. Foi adoptada de aleatória forma no meio dos seus irmãos. Havia mais duas gatinhas siamesas e um único gatinho igual a elas mas completamente negro. A Haruki foi a escolhida: a menina pequenina e sua dona até ali, tinha outros na mão, para não se sentir roubada, veio a Haruki dos braços da mãe da menina com o acréscimo informativo de ser uma comilona. Espero um destino aos seus irmãos pelo menos tão bom quanto está a ser o dela, acho-a uma gata sortuda e feliz.

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Sobre

21aafb00b84d1f9249b0b9a10481d2f3.pngO blog enquanto página pessoal tem como objectivo trazer um registo da vida que se insurge à correria do dia a dia, intervalos no intervalo. O "breve intervalo" surge como pausa, reflexão e memória do não empregue nos meus cadernos. Ao fim, essa outra vida trivial: a das opiniões, dos passeios, do não se querer esquecer e manter em permanente rascunho.

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